domingo, 23 de agosto de 2009

A queda do Mercadante

Para manter o Sarney
O meu apoio eu não dou
Conheço esse marimbondo
Lembro o que Lula falou
“É ladrão!” e digo mais
Seu negócio é a Petrobrás
O diabo é essa carta
E o que Lula me ordenou
Não sei se vou ou se fico,
Não sei se fico ou se vou.

Que me interessa o Sarney
Que é lá do Maranhão
De nordestino eu só quero
Em São Paulo a votação
Pra Sarney só a justiça
Pra ele sobre a lingüiça
Mas, que faço com essa carta
Acho que o Lula medrou
Não sei se vou ou se fico,
Não sei se fico ou se vou.

Em caráter irrevogável
Deixo minha liderança
Não vou manchar minha honra
Perpetrando essa lambança
Tenho apoio da bancada
Da família e do partido
Só não entendo essa carta
Que me causou estupor
Não sei se vou ou se fico,
Não sei se fico ou se vou

Sou de família decente
E mesmo com pai militar
Lutei contra a ditadura
Da qual Sarney era par
Não voto no desgastado
Nada me faz recuar
Mas gente que carta é essa
E esse cheiro de Cointreau
Não sei se vou ou se fico,
Não sei se fico ou se vou

Que dilema, não mereço
Por essa quadra passar
Ficar refém do Sarney
E pro Lula me humilhar
Levar nome de aloprado,
De frouxo, de traidor
Tudo por conta da carta
Que “eu não sabia” mandou
Não tem jeito sei que fico
Igual a Sarney já sou

O meu nome é Mercadante
Mas, pode chamar mercador
O Lula foi meu aluno
Hoje é meu professor
Sem ler e sem ir à escola
Pra quem pega no meu pé
Dou a lição de esmola
Do Lula mestre em carreira
Quem o seu traseiro aluga
Não tem direito a cadeira

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